É preciso 'lacrar' para tirar nota mil na redação do Enem? Entenda elo entre proposta de intervenção e direitos humanos

  • 18/10/2024
(Foto: Reprodução)
Texto não pode defender ideias que contrariam os direitos humanos para obter os 200 pontos da competência 5. Enem 2024 será aplicado nos dias 3 e 10 de novembro. Folha de rascunho da Redação do Enem. g1 Um dos elementos obrigatórios da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a apresentação de uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Esse elemento tem uma competência exclusiva para sua avaliação e vale 200 pontos. Mas como os direitos humanos entram nessa história? “Direitos humanos são aqueles prescritos na própria Declaração Universal e na nossa Constituição de modo geral. Eles são classificados em direitos individuais, direitos sociais — que têm muito a ver com o Enem — e direito ao meio ambiente”, explica Felipe Leal, professor de redação do Curso Anglo. Segundo o professor, para obter uma boa pontuação na competência 5, que avalia o elemento, o candidato não pode defender direitos para um grupo social às custas do direito de outro grupo. Ou seja, a proposta precisa defender a manutenção ou ampliação dos direitos, e não a redução. 📆 O Enem 2024 será aplicado nos dias 3 e 10 de novembro. A redação será aplicada no primeiro dia de provas. O texto deve ser uma dissertação argumentativa com proposta de intervenção. LEIA TAMBÉM: Tudo sobre o Enem 2024 - o que pode levar, como são as provas, datas e mais Pode parecer confuso, mas nesta reportagem, você saberá o que é e o que deve conter uma proposta de intervenção, e por que é preciso defender os direitos humanos no texto. O que é uma proposta de intervenção Todo ano, o Inep, responsável pela realização do Enem, divulga um documento chamado “Redação do Enem - Cartilha do Participante”. De acordo com esse documento, “propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema significa sugerir uma iniciativa que busque enfrentá-lo.” Mateus Leme, professor de redação da Oficina do Estudante, diz que a ideia é que o candidato indique uma iniciativa que interfira no problema discutido ao longo de seu texto. Competências da redação Ao todo, a redação vale 1000 pontos. Estes pontos podem ser alcançados pelo candidato que cumpre adequadamente com as 5 competências obrigatórias. São elas: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. Essas competências têm seus próprios elementos obrigatórios e valem 200 pontos cada. O candidato que respeitar todos estes elementos alcança a tão sonhada nota 1000. LEIA TAMBÉM: Redação do Enem ou 'cover' de Machado de Assis? por que tantos alunos nota mil usam termos do século XIX, como 'outrossim'? O que uma proposta de intervenção deve ter Ainda segundo a cartilha do participante, uma proposta de intervenção deve responder às seguintes perguntas: O que é possível apresentar como solução para o problema? Quem deve executá-la? Como viabilizar essa solução? Qual efeito ela pode alcançar? Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta? Mateus Leme explica com outras palavras: É preciso indicar o agente, a ação, o modo-meio, o efeito e o detalhamento. Para isso, o aluno deve refletir sobre quem tem responsabilidade ou capacidade para agir sobre o problema, bem como a maneira com que isso pode ser feito, de uma maneira realista. Não adianta colocar que é dever do governo federal, por exemplo, se houver uma entidade que atue diretamente no cenário do problema. O que são direitos humanos e como não desrespeitá-los Além de precisar conter os cinco elementos obrigatórios, também é preciso respeitar os direitos humanos na redação para conseguir os 200 pontos da competência 5. Por isso, segundo a cartilha do participante, o candidato não pode propor no texto: defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”; incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, opinião política, condição física, origem geográfica ou socioeconômica; explicitação de qualquer forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos). No sentido contrário, o documento considera alguns princípios norteadores dos direitos humanos. São eles: dignidade humana; igualdade de direitos; reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades; laicidade do Estado; democracia na educação; transversalidade, vivência e globalidade; sustentabilidade socioambiental. É preciso 'lacrar' para pontuar? Os professores ouvidos pelo g1 avaliam que a redação do Enem não tem como objetivo ser "lacradora". “O Enem não entra nessa polêmica, ele não se aproxima de questões de ideologia. Essa é uma prova muito legalista, então fica próxima daquilo que já está na legislação brasileira”, diz Mateus Leme. Felipe Leal concorda, e acrescenta que ideias como o combate à desigualdade e o respeito à dignidade são previstos em Constituição. Portanto, não adianta usar o livro constitucional como repertório cultural e contradizer o que ele defende na proposta de intervenção. VÍDEOS DE EDUCAÇÃO

FONTE: https://g1.globo.com/educacao/enem/2024/noticia/2024/10/18/e-preciso-lacrar-para-tirar-nota-mil-na-redacao-do-enem-entenda-elo-entre-proposta-de-intervencao-e-direitos-humanos.ghtml


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